Na Distância do Amor

domingo, 25 de março de 2012


  Estou deitada na minha cama, tendo como acompanhante o tédio. Ultimamente, ele tem me perseguido, junto com a solidão, a frustração e a angústia. Somente sua presença me tiraria desse torpor e, por agora, não posso ter esse desejo realizado.
     Então, só me resta te escrever. Saber que irá receber e ler essa carta me acalma um pouco. É como mandar a você tudo o que sinto – receio, felicidade, dor. Mesmo nessa aparente calma, ainda sofro por nosso único meio de comunicação ser na base das palavras. Queria poder te ver, te abraçar; lembro-me frequentemente do primeiro e último encontro que tivemos, desejando com todas minhas forças voltar no tempo, reviver esse momento, que é meu único consolo agora que está longe de mim. Porém, sei que não é apenas a distância que nos separa. Nosso amor é proibido e nunca será consentido.
     Sinto tanto medo. Medo das conseqüências que sofreremos quando nossos familiares descobrirem. E também sinto alegria por ter achado o seu amor, que me torna plena. Às vezes, penso em como isso pôde acontecer: uma única dança, uma conversa agradável, um inocente beijo e nos apaixonamos perdidamente. Parece impossível, mas eis aqui o sentimento brotando do meu coração, me deixando ofegante.
     Não sei o que o destino nos reserva. Entretanto, como você mesmo disse, devemos ter paciência. Eu esperarei, não importa quanto tempo passe. O caminho será árduo, mas não desistirei desse amor. E quando a recompensa chegar, poderei descansar nos seus braços e dizer que tudo valeu a pena.
     Enquanto meus doces sonhos não se realizam, me despeço de você com um beijo. Sinta-o nos seus lábios.


28/01/12
Elaine Rocha



*imagem:Google 



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